A fé do homem espiritual
Atualizado: 20 de nov. de 2021

O verdadeiro servo de Deus confronta o mundo e é por este afrontado, por causa da fé que é desenvolvida em si de que importa obedecer ao Espírito independente da direção para a qual as pessoas naturais caminham.
Diz-se naturais em oposição às espirituais, por ser diferente o comportamento do servo que tem a mente de Cristo, uma vez tornar-se homem espiritual a partir do amadurecimento (BÍBLIA, Primeira Coríntios, 2, 13-16, p. 1.111, grifos nossos):
Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.
A fé em Jesus precede a jornada do crente que almeja atingir a mente do Senhor e, na Carta aos Hebreus, nota-se que aquela convicção é objeto da consideração divina, a qual possui lastro na compreensão pelo cristão da onipotência de Deus e de que o Senhor recompensará os seus pela fé que exteriorizam (BÍBLIA, Hebreus, 11, 1-5, 26).
O autor da Carta aos Hebreus, no capítulo 11, exemplificou a conceituação que fez sobre a fé através de duas dezenas de acontecimentos em que pessoas ou ajuntamentos de indivíduos se posicionaram como modelos de esperança em Deus: Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara, Isaque, Jacó, José, Anrão, Joquebede, Moisés, o povo de Israel recém-libertado do Egito, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel, os profetas, mulheres piedosas e outros servos alvos de perseguição.
Os apontados filhos de Deus experimentaram um encontro real com o Senhor e, a partir disso, usufruíram de vitórias diante de adversidades, porém se sujeitaram a provações, sofrimentos, perseguições e alguns ao martírio. A respeito desses, a Palavra de Deus exprimiu: “dos quais o mundo não era digno” (BÍBLIA, Hebreus, 11, 38, p. 1.210, grifo nosso).
A palavra grega ἄξιος, traduzida por “digno”, no trecho, abrange a concepção de merecedor, comparável ou adequado segundo Strong ([19--?]), isto é, as sociedades em que os mencionados servos de Deus desenvolviam os propósitos divinos enquanto nesta matéria imereciam tê-los como atalaias do Reino, porque não se comparavam ao grau de justiça por aqueles vivido e proclamado.
Moreira (2009) citou um profeta menor para expor sobre o que Deus almeja trazer ao mundo como impacto através do cristão. Segundo a autora, os métodos do Senhor diferem daqueles que o homem busca para atingir êxito naturalmente, os valores divinos são diferentes:
É bom que pensemos nisto: Para Deus o homem bem sucedido nunca vai ser o que tem a melhor casa, o melhor carro, as melhores roupas ou os holofotes sobre si. ‘Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?’ (MOREIRA, 2009, apud BÍBLIA, Miqueias, 6, 8, p. 35, grifo da autora).
Segundo Moreira (2009, apud BÍBLIA, Primeira Coríntios, 1, 27-30), a humildade permeou o ministério daquele que se sujeitou ao Pai para arrebanhar muitos, Jesus, por isso, como seguidor deste, o cristão necessita buscar os valores do Messias a todo custo, e não a notoriedade alcançada por aqueles que seguem a efemeridade do mundo.
Portanto, quem foi agraciado pelo Espírito com a fé em Deus anda em justiça - trilha por vereda diversa da lógica humana – e, em vista disso, é afrontado por aqueles que observam valores naturais. Embora provações, sofrimentos e perseguições figurem a jornada do fiel seguidor de Cristo e, inclusive, a morte por martírio o possa alcançar, não esmoreça na fé, obedeça a voz de Deus, pois a avaliação pelo homem espiritual das situações que lhe ocorrem acontece espiritualmente.
Prof. Leonardo Rabelo Paiva Escola de Formação Cristã - EFC/CEFA