Conflito
Atualizado: 24 de set. de 2021

Há uma batalha experimentada por todo ser humano desde a particular consciência que o distingue das demais criaturas de Deus – andar no Espírito ou satisfazer os desejos da carne, da natureza humana em declínio? Desde muito cedo, quando o homem identifica o que é certo e o que é errado, manifesta-se essa oposição íntima entre obedecer à lei moral de Deus ou se sujeitar à inclinação pecaminosa.
Ao aceitar o senhorio de Cristo, ocasião em que o indivíduo está um pouco mais maduro, tal embate torna-se racional claramente. No entanto, as escolhas equivocadas deixam marcas experienciais que, na maioria das vezes, gostar-se-ia de esquecer, posto que intensos são os sofrimentos causados pelas más escolhas.
O apóstolo Paulo discorreu sobre o assunto quando tratou da ética cristã e da oposição que existe entre atentar para o que quer a carne ou para o que aconselha a voz do Espírito de Deus, exposição essa de acordo com a tradução da editora Mundo Cristão, NVT:
Por isso digo: deixem que o Espírito guie sua vida. Assim, não satisfarão os anseios de sua natureza humana. A natureza humana deseja fazer exatamente o oposto do que o Espírito quer, e o Espírito nos impele na direção contrária àquela desejada pela natureza humana. Essas duas forças se confrontam o tempo todo, de modo que vocês não têm liberdade de pôr em prática o que intentam fazer. (BÍBLIA, Gálatas, 5, 16-17).
Uma primeira coisa convém esclarecer para aqueles que gostam de negociar em quase tudo na vida, para os que levantam a bandeira de que há um meio-termo para todas as coisas praticamente, ou seja, para os que barganham até os preceitos de Deus, os quais intentam estabelecer pontos de equilíbrio entre posições antagônicas, como no caso do assunto de hoje - inexiste meio-termo entre o que almeja a carne e o que preceitua o Espírito Santo de Deus, pois como disse o autor aos fiéis na Galácia: “A natureza humana deseja fazer exatamente o oposto do que o Espírito quer, e o Espírito nos impele na direção contrária àquela desejada pela natureza humana.” (BÍBLIA, Gálatas, 5, 17).
O cristão há que se comprometer em estreitar a comunhão com o Senhor para que esteja claro aos seus olhos o posicionamento acertado diante dos embates desta vida. Exemplos desses conflitos são:
A Palavra de Deus ampara o relacionamento com outra pessoa além da esposa ou do esposo amorosamente?
Há permissão divina para o crente se deter diante de imagens que evidenciam erotismo?
É correto deixar de adorar o Senhor, mesmo em casa, porque o cônjuge diz que não é possível perder o tempo de descanso com a família diante de tal prática?
Existe fundamentação bíblica para alimentar os impasses apresentados nos questionamentos acima? Responde-se: Não.
Quem cede às práticas anteriores expostas como dúvidas rende-se à IMPUREZA, à LASCÍVIA ou à IDOLATRIA (conforme redação nas versões de Almeida), que são obras da carne sequenciais àqueles versos redigidos no capítulo 5 da Epístola - a respeito das quais a Escritura assevera que os que as praticam não herdarão o reino de Deus (BÍBLIA, Gálatas, 5, 21).
No que concerne aos conflitos, lavrados em tópicos, há pouco, conclui-se respectivamente:
Aquele a se relacionar amorosamente com outra pessoa diferente da esposa ou do esposo torna-se IMPURO, pois desenvolve ato libidinoso a contaminar o próprio corpo.
Outrem, ainda, a se deter diante de imagens que desenvolvem excitação sensual corrompe a si com prática luxuriosa ou LASCIVA.
E aquele que se exime de adorar o Senhor, porque alguém o confronta a não o fazer, dando primazia à vontade da figura que lhe detém autoridade, mesmo no lar, pode estar a desenvolver prática IDÓLATRA no venerar, por exemplo, o esposo e/ou o desejo deste em confronto com a vontade de Deus.
O rol exemplificativo de apetites da natureza humana, nos versos 19 a 21, do capítulo 5 de Gálatas, uma vez consumados, encaminham o ser humano para longe do Senhor e essa não é a vontade divina e acredito, também, não ser a tua.
Destoantes desses comportamentos são as características resultantes de uma vida cristã daquele que anda conforme a vontade do Espírito, as quais foram apresentadas por Paulo nos versos seguintes: “Mas o Espírito produz este fruto: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.” (BÍBLIA, Gálatas, 5, 22-23).
Ressalta-se haver uma visão limitada do que significa fruto para muitos. Fruto é a consequência da elaboração de alguma atividade ou o resultado da concepção de alguma espécie. É o que se origina a partir de uma base.
Se há o desenvolvimento de trabalho como empregado, o fruto desse labor é o salário; o fruto de uma mulher gestante é o seu bebê; o fruto de um bovino em procriação é sua cria, o bezerro; se o milho é cultivado, o fruto da lavoura será o descrito cereal em quantidade correspondente à que foi semeada.
A palavra grega traduzida por fruto foi usada, na própria Bíblia, para se reportar à colheita de cereais; bem como, à criança que Maria gerava, Jesus (BÍBLIA, Marcos, 4, 29; Lucas, 1, 42).
A partir do exposto, pode-se entender que fruto do Espírito é o resultado, é a consequência de um viver íntegro com Deus por meio da ação transformadora de seu Espírito. Se o homem caminhar nos preceitos de Deus - no vencer o conflito com a carne - a felicidade de usufruir da plenitude do Espírito e de uma existência eterna junto ao Senhor é fruto a se perceber ademais. Pense nisso!
Prof. Leonardo Rabelo Paiva
Escola de Formação Cristã – EFC/CEFA