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Consciência após a morte

Atualizado: 6 de nov. de 2020


Uma discussão com ampla duração no cristianismo é se, após morrer, o ser humano teria capacidade de raciocínio ou permaneceria em estado de adormecimento até o momento do juízo pelo qual todos passarão diante do Filho de Deus, Ap 20.11-15.

Alguns acreditam no estado de sonolência espiritual dos mortos, por conta de versos bíblicos que usam o termo dormir e suas variantes como eufemismo para a palavra morrer e congêneres em algumas versões como a Almeida Revista e Atualizada, ARA. A referida figura de linguagem, ao contrário do que esses supõem, abranda a dificultosa realidade da morte física do homem - Dt 31.16; Jó 3.13; Jr 51.57; Mt 27.52; Jo 11.11,13; 1Co 15.6,18,20; 1Ts 4.14,15.

Com a intenção de esclarecer o impasse entre os estados de despertamento ou sono da alma/espírito, trazem-se três passagens bíblicas que fundamentam a argumentação em favor da consciência humana após a morte - uma está em Lc 16.19-31, a segunda encontra-se em Ap 6.9-11 e, propositalmente, por último, a terceira está em Mt 17.1-3.

No primeiro excerto, Jesus explanou sobre o modo de vida de um homem com posses, que recebeu o consolo do mundo natural e usufruiu deste com intensidade considerável, mas se despreocupou da própria eternidade. Por outro lado, o alívio que Lázaro desfrutou quanto aos tormentos desta Terra ocorreu no “Seio de Abraão”, lugar aonde foi levado pelos anjos de Deus.

Por sua vez, o homem rico estava no Hades em seguida a expirar – lugar de habitação e tormentos dos mortos não salvos antes do juízo do “grande trono branco”.

Houve uma conversa entre o homem rico e Abraão sobre a possibilidade de Lázaro molhar a ponta do dedo e refrescar a língua daquele, porque o rico era flagelado em chama de acordo com o ensino do Senhor Jesus.

Cristo externou essa instrução para nos conscientizar sobre a consequência eterna das escolhas humanas em vida - da avareza, do servir as riquezas propriamente. No entanto, existiu um ensino subjacente a esse, o de que há consciência e recordação da vida terrena após a morte.

Se houvesse estado de sonolência seguidamente ao ser humano falecer, o homem rico não perceberia sofrimentos, sequer Abraão conversaria com ele, nem mesmo este que padecia verificaria condições de Lázaro amenizar sua dor.

Doravante, o segundo texto escolhido para clarificar a celeuma está em Ap 6.9-11, ARA. Nele, observa-se que:

 

“Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.”

 

No verso 9, em grego, há o termo ψυχὰς, que foi traduzido como almas para o nosso idioma. Houve exposto o clamor de muitos santos que expiraram como mártires, por amor à Palavra de Deus na passagem. Então, pergunta-se, como seres rogam diante de Deus sem reterem suas faculdades intelectuais íntegras mesmo depois da morte?

Se alguns têm dúvida, ainda, sobre a lucidez de pensamentos posterior ao fim da vida, traz-se o conteúdo de Mt 17.1-3 derradeira e incontestavelmente, o qual pode ser verificado em Mc 9.2-4 e em Lc 9.28-30 também. Nos três fragmentos bíblicos, houve a exposição de que o Senhor levou Pedro, João e Tiago para um alto monte aonde a glória de Cristo foi transfigurada diante desses discípulos.

De acordo com os trechos, foi alterada a fisionomia do Senhor em glória, bem como de suas vestes e Moisés e Elias falavam com Jesus. Convém relembrar que Moisés viveu cerca de 1400 a.C. e Elias, aproximados 840 a.C.

Portanto, para longe de dúvidas quanto a possíveis interpretações sobre representação ou temporalidade nos primeiros dois textos escolhidos para fundamentar a argumentação, o terceiro é claro no amparar a realidade da consciência humana após a morte em extremo e definitivamente.


Prof. Leonardo Rabelo Paiva

Escola de Formação Cristã - EFC/CEFA

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