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Davi: o Jovem Cantor de Israel
Davi foi o segundo rei de Israel. Seu nome vem do hebraico “dode”, e significa “amado”, ou “porque o Senhor o amava”. Ele nasceu em Belém, situada a 10 quilômetros de distância da tumultuada Jerusalém, a mesma cidade de Boaz e Rute, e que se tornaria famosa pelo nascimento do Messias. Davi era filho da velhice de Jessé (1 Sm 17.12), um respeitado ancião de Belém. Era o caçula de uma família de dez filhos (1 Sm 16.10-11; 1 Cr 2.13-16), um formoso jovem ruivo (1 Sm 16.12) que ocupava seus dias apascentando as ovelhas de seu pai (1 Sm 16.11).
Havendo o rei da nação, Saul, abandonado o Senhor, Deus encontrou em Davi qualidades que o fariam o sucessor do trono: era um homem que sabia se arrepender e implorar a graça divina. O relato Bíblico da vida de Davi se inicia neste momento, quando ele é separado por Deus através das mãos do profeta Samuel. Porém ele ainda teria pela frente um caminho de lutas e batalhas, na conquista do coração do povo hebreu.
Dois acontecimentos o tornaram conhecido pela nação de Israel. O primeiro deles, foi quando um espírito maligno atormentou o rei Saul. Ao buscar um músico que aliviasse o rei, Davi foi indicado como aquele sobre o qual repousava a presença do Senhor (1 Sm 16.18). Então ele foi levado à corte e ao dedilhar a sua harpa o espírito mau que torturava o rei se retirou. Davi ganhou grande prestígio e passou a ser o guardador da armadura do rei e seu músico particular (1 Sm 16.21). Parece que Davi possuía todas as qualidades de um jovem destinado a um grande propósito.
O segundo acontecimento diz respeito a sua maturidade espiritual e o conhecimento que ele tinha do seu Deus. Acredita-se que Davi sempre retornava para casa após servir como músico ao rei. Sua morada se encontrava a apenas um dia de viagem de Gibeá, residência do rei Saul. Assim, ele se alternava entre suas atividades no campo e na corte. Nestes tempos, os filisteus desafiaram o povo de Israel. Davi, então, desce até o vale do Carvalho a fim de levar alimento aos seus irmãos guerreiros e para buscar notícias da evolução da guerra para o seu pai Jessé. Neste momento Golias, um gigante filisteu desafiava o povo de Israel para um duelo. Nos tempos bíblicos muitas guerras se travavam assim, apenas dois guerreiros, um de cada exército lutavam e decidiam os destinos da guerra. Davi, sendo um homem que se conduzia de acordo com a vontade do Senhor (At 13.22), se prontificou para enfrentar o gigante filisteu. Do ponto de vista militar isto era um suicídio, pois os filisteus eram homens de guerra, habilidosos na indústria do metal e no manejo de armas. O pequeno Davi era apenas um jovem sobre quem repousava o Espírito de Deus (1 Sm 16.13). Ele aceitou a oferta do gigante, vendo nisto uma oportunidade de expressar sua fé em Deus. Resultado: o gigante foi derrotado, sua cabeça levada para Jerusalém, sua armadura para a tenda de Davi. Cânticos foram entoados honrando a vitória que Deus dera a Israel pelas mãos de Davi. Através dessa vitória Davi se tornou também o genro do rei e amigo de seu filho, o príncipe Jonatas (1 Sm 18.1-4).
É interessante notar que o aminho que Davi trilhou até trono de Israel foi espinhoso e árduo. Inicialmente sua fama se espalhou por toda a nação e ele tornou-se um favorito do povo. Isso incitou a ira de Saul que procurava destruí-lo (1 Sm 18.11, 19.10; 20-29). Saul o enviou a diversas missões que possivelmente o teriam eliminado porém “o Senhor estava com Ele” (1 Sm 18.25-27). A cada plano de Saul ou de sua corte no sentido de destruir o jovem ele voltava vitorioso e influente. A família real parecia se inclinar a favor do jovem, Jonatas sabia dos propósitos de Deus para que Davi fosse rei em seu lugar, e tentava intermediar as relações entre seu pai Saul e Davi. Tudo em vão. Davi em dado momento precisou fugir para se salvar, sendo ajudado por sua esposa Mical. Em diversas ocasiões ele procurou refúgio a fim de se esconder da ira do rei. Nessas ocasiões Deus sempre provia uma experiência que viria a fortalece-lo como rei. Ele fugiu para Ramá buscando auxílio do profeta Samuel (1 Sm 19.11-18). Ele fugiu também para a terra dos filisteus e lá aprendeu com eles muitas estratégias militares, que, sarcasticamente, seriam usadas contra eles próprios num futuro próximo. Enquanto fugitivo, Davi ia formando um exército e suas peregrinações lhe deram a chance de conquistar os errantes clãs de Israel para si. Seu respeito a Deus e ao rei é formidável, pois Davi (embora tivesse condições para tal), nunca fez nada para derrubar Saul do trono.
Após a morte de Saul, Davi foi coroado rei de Judá inicialmente (2 Sm 2-4) e após sete anos e seis meses assumiu a liderança de toda Israel onde reinou mais trinta e três anos (2 Sm 5.4,5). Foi o primeiro rei de um império unificado e fundador de uma dinastia que durou 425 anos. Porém, vemos no novo testamento, o caráter eterno do seu reino, na pessoa de Jesus Cristo. Seu primeiro ato como rei foi escolher um local estratégico para a capital do império. Jerusalém, foi esta escolha (2 Sm 5.6-9). Davi também organizou um poderoso exército que lhe redeu vitórias contra os filisteus, contra Amom, Edom, Moabe, e a Síria (2 Sm 5; 8; 10).
Davi foi um homem cheio de falhas. Sua família estava sempre envolvida e intrigas e problemas. Cometeu pecados terríveis, porém sempre se mostrava pronto a arrepender. Suas maiores contribuições para a nação foi à unificação das doze tribos de Israel e a centralização da adoração do povo na capital da nação. União e adoração. Características que o destacaram, e até hoje e ele é louvado como um rei ideal. Era amante da palavra de Deus (Sl 45.1; 119.47) e compôs 73 dos 150 salmos da Bíblia. Ele foi intensamente inclinado aos conselhos dos profetas e à direção de Deus. O doce cantor de Israel, homem que viveu entre a harpa e a espada, porque “o Senhor estava com ele”.
Pb Isaias Terra
Discipulado da Rede da Juventude
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