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Inexiste favoritismo para Deus



Não é de hoje que alguns acreditam possuir privilégios por participarem de determinado núcleo eclesiástico, no fiarem-se em Deus os enxergar com predileção sobre os demais por causa do envolvimento que têm com esse ajuntamento cristão.


Para quem percebe o mundo espiritual da alegada forma, traz-se uma pequena fração do que o Senhor proclamou através do profeta Amós: “Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? - diz o SENHOR. Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor, os filisteus, e de Quir, os siros?” (BÍBLIA, Amós 9.8, grifos nossos).


A Escritura, em Jr 47.4, expôs que os filisteus eram o שְׁאֵרִית [SHËERYT] de Caftor, isto é, o resto, o resíduo ou o sobrevivente de Caftor, local de origem dos filisteus, a que alguns apontam como a atual ilha de Creta.


Têm-se, ainda, biblicamente, referências a substantivos próprios de onde o termo Caftor derivou-se provavelmente, como os apontamentos de Moisés ao ascendente dos filisteus Casluim, irmão de Caftorim, Gn 10.14, patriarca este do qual os caftorins descenderam, Dt 2.23.


É, também, conhecida a origem mercenária dos “povos do mar”, os filisteus - que chegaram à Palestina por volta dos séculos XIII e XII a.C.; que atacaram o Egito, porém foram derrotados por Ramsés II e, com isso, fizeram-se usados por este na batalha de Cades contra os heteus.


Outrossim, é identificada, na história, a dominação da Filístia pela Assíria a partir da subida de Tiglate-Pileser III ao trono em 745 a.C., com concretização completa desse controle em 733 a.C. Não obstante esses fatos, pretérita dominação dos “povos do mar” com posterior libertação desses nos é oculta.


Por sua vez, a localidade Quir foi mencionada em Is 22.6 quando o povo dessa região esteve associado com o de Elão para incidir em juízo divino sobre Jerusalém; assim como Quir foi o local de deportação dos habitantes de Damasco, capital da Síria, pelo monarca assírio Tiglate-Pileser III em 732 a.C. - 2Rs 16.9; Am 1.5.


Semelhante sujeição da Síria com libertação anterior ao episódio narrado não nos são perceptíveis, porém as palavras de Amós eram do conhecimento dos destinatários da mensagem, visto a inexistência de maiores explicações do profeta quanto ao que pronunciava no capítulo 9 do seu livro.


Como dito, não nos é claro se houve domínio com posterior libertação dos filisteus e dos siros antes dos narrados episódios, todavia a Palavra de Deus afirmou que o Senhor agiu com mão forte em favor dos citados povos pagãos.


Infere-se do aludido texto de Amós, então, que o Senhor concedeu sua atenção não apenas para aqueles que o consideravam o único Deus, mas o Todo Poderoso operou em favor de outros povos oprimidos, apartado o Senhor de singular predileção por Israel, diferente do que muitos achavam em decorrência do cativeiro egípcio.


A prerrogativa dos filhos de Deus no decorrer dos tempos está em servi-lo e, por isso, tê-lo mais próximo deveria ser encarado como oportunidade para apregoar o amor, a graça e a justiça divinas com a própria maneira de proceder, longe de ser desculpa para perverter a própria existência com excessos vis, apoiados no engano de que Deus tolerará com brandura todos os nossos desvios por sermos “favorecidos pelo Senhor”.


A totalidade dos homens e das nações está sob o governo de Deus. Ele chama, direciona, examina e corrige para o curso correto aqueles que quer sem distinção.


Lembrem-se! Nosso privilégio está em conhecê-lo mais de perto, em obedecer aos seus preceitos e em proclamar a vereda que aponta para a regeneração do homem perdido através de Jesus - nosso Salvador e Senhor - o qual admoesta justos e ímpios a se arrependerem das más escolhas em todas as eras explícita e indistintamente.


Prof. Leonardo Rabelo Paiva

Escola de Formação Cristã - EFC/CEFA

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