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Jesus e Estêvão: servos do Altíssimo

Atualizado: 11 de dez. de 2020



O quanto eu e você lembramos de Deus nos momentos de sofrimento, de aflição quando só o Senhor ouve o que falamos? Será que o glorificamos, adoramo-lo por seu governo sobre nós ou, apenas, murmuramos, reclamamos porque a situação está difícil?


Digo isso, porque Jesus agiu bem diferente da maneira com que grande parte de nós agiria na maior provação que um servo de Deus pode passar - sofrer e morrer por amor à causa de Deus, em cumprimento da vontade do Pai - como foi o específico caso de Jesus, nosso Deus e Mestre.


No momento em que era penalizado sem merecer, naquele instante de grande agonia que antecedeu a própria morte, Cristo citou o primeiro verso do Sl 22 em parte no bradar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” conforme narrado em Mt 27.46 e em Mc 15.34.


Que submissão ao Pai e lucidez diante da morte foram essas? Embora muitos afirmem que sucedeu um solitário lamento pelo instante de sofrimento que atravessava, por estar distante do Pai, Jesus, naquela situação, quase a expirar, conjuntamente com a agrura que percebia pelo distanciamento da primeira pessoa da Trindade, lembrou dos ensinos contidos na Palavra, de uma profecia messiânica escrita por Davi em salmo.


Outro relato que me chama atenção quando do sacrifício vicário do Senhor foi aquele em que Jesus rogou por seus executores no dizer: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” consoante narrado em Lc 23.34.


Em vista dos argumentos sobre a submissão de Cristo ao Pai e sobre a intercessão de Jesus em favor dos próprios algozes - dentre esses do povo judeu - alguns poderiam considerar: mas, Jesus é Deus…, por isso ele agiu com tamanha grandeza, com essa desmedida dignidade.


Entretanto, não esqueçam, irmãos! Nosso Senhor não usou quaisquer prerrogativas divinas para amenizar o próprio sofrimento e morte na cruz. Ele poderia muito bem rejeitar a humilhação e a agonia experimentadas, pois não as merecia, “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.”, Fp 2.7-8.


A possibilidade de uso de força sobre humana por Cristo com lastro em sua divindade, ainda, pode estar na mente de alguns. Mas, para afastar essa desculpa que nos impede de reproduzir a mesma submissão ao Pai do nosso Senhor e a concessão de perdão para aqueles que nos atacam – trago a exposição que antecedeu a morte de Estêvão em At 6-7.


Estêvão foi levado ao Sinédrio – assembleia composta por cerca de 70 anciãos e mestres judeus, que julgava o povo com base na lei mosaica e nas tradições judaicas – por conta de falsas acusações de que o referenciado servo do Senhor teria insultado Deus e Moisés, At 6.8-12.


Em suas alegações, Estêvão rememorou, diante do Sinédrio, a aliança que Deus celebrou com Abraão antes deste habitar em Harã; falou sobre a promessa da terra a ser dada para Israel que, naquele tempo, seus julgadores dela já usufruíam; e sobre a descendência do patriarca que seria peregrina e escrava por cerca de 400 anos.


Expôs Estêvão, ainda, sobre a venda de José para o Egito por seus irmãos invejosos e da mão do Senhor que esteve com ele naquela terra; narrou sobre a ida de toda a casa de Jacó para o Egito; e de como Deus multiplicou o número dos filhos de Israel no mencionado lugar.


Perante seus acusadores, Estêvão emitiu sobre o nascimento, educação no Egito e peregrinação de Moisés em Midiã, bem como sobre o chamado de Deus que convocou Moisés para libertar o povo do Senhor das mãos de Faraó.


A jornada pelo deserto, do Egito até Canaã, foi narrada também, assim como a desobediência do povo aos mandamentos de Deus, com que Moisés os instruiu.


Estêvão explicou que o tabernáculo no deserto e, posteriormente, o templo construído por Salomão simbolizavam a presença de Deus com o seu povo, mas longe de serem as habitações do Senhor na terra, pois não existe lugar que o possa conter, como disse Isaías nos versos 1 e 2 do capítulo 66 do livro que leva seu nome: “O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porque a minha mão fez todas estas coisas”.


No final do discurso, Estêvão perguntou para seus acusadores: “Qual dos profetas vossos pais não perseguiram?” e apontou os mencionados antepassados como os que mataram os profetas anunciadores da vinda de Jesus, tal como atribuiu a seus acusadores o assassinato do justo Filho de Deus.


A partir da fala e de mencionar Estêvão a visão que tinha da glória de Deus e de Jesus à direita deste, o ódio tomou conta daqueles líderes no Sinédrio, os quais levaram Estêvão para fora da cidade, apedrejaram-no e este, ajoelhado, clamou em alta voz: “Senhor, não lhes imputes este pecado!”. Com as mencionadas palavras, esse servo de Deus morreu, At 7.60.


Vocês perceberam alguma semelhança na disposição de espírito de Jesus antes da própria morte e na, de Estêvão? Ambos suplicaram em favor dos seus executores, logo, antes, de serem mortos por estes.


Não existe desculpa alguma de que Jesus agiu como agiu, porque é Deus. Se estivermos cheios do Espírito Santo, seremos semelhantes ao Mestre e ao primeiro mártir cristão Estêvão no idêntico amor incondicional que demonstraram em favor até dos que não merecem, seus/nossos perseguidores.


Essa é a vontade de Deus para todos nós, que espalhemos seu profundo amor e sua Palavra para o mundo, mesmo que esse não os mereçam e até nos ofenda por isso. Submetamo-nos à vontade de Deus, a exemplo de como Jesus se dirigiu ao Pai de acordo com Lc 22.42b: “contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.”.


Irmãos, não esqueçamos: nosso alvo é Jesus! Ele é o exemplo de renúncia, de abnegação dos próprios direitos, a ser seguido por todo aquele que o professa como Salvador e Senhor.


Somos testemunhas suas, por isso, vivamos o Evangelho genuíno, aquele que apregoa a necessidade do arrependimento humano, e que dissemina existir, somente, em Cristo, a salvação, a cura e a libertação do domínio do pecado para aquele que aceita Jesus incondicionalmente.


Reconheçamos o senhorio de Deus com sua autoridade sobre nós plena e eternamente, “Pois somos feitura dele, criados em Cristo para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”, Ef 2.10. Como servos, desenvolvamos, assim, a vontade do Senhor sob a condução irrestrita do Espírito Santo de Deus.


Prof. Leonardo Rabelo Paiva

Escola de Formação Cristã - EFC/CEFA

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