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RENUNCIANDO BAGAGENS

· Mt 11: 25 – 30 / Gn 12: 1 _ é interessante como o ser humano gosta de TER. Ter coisas, posses, domínios; o TER parece gerar inconscientemente alguma (falsa) segurança. Vivemos em um mundo, conduzido por um sistema que motiva o TER, valoriza aqueles que têm; a mensagem emitida é: se você TEM você é vitorioso, bem sucedido; logo se não TEM é um derrotado. Em casos mais descabidos, encontraremos até os que se orgulham de TER: ter força, ter o grito, ter a audácia, etc.

_ É inerente ao ser humano o apego às coisas, riquezas e pessoas desta Terra. Porém, nossa estadia aqui é rápida, passageira como a flor da erva (I Pe 1: 24); biblicamente, somos definidos como “peregrinos ou forasteiros” (I Pe 2: 11). O termo usado por Pedro, traduz uma palavra grega (parepidemos) ela enfatiza a natureza temporária da permanência de um viajante num lugar.

_ Se nossa vida terrena é como a de um viajante/peregrino, viveremos melhor, de forma mais leve esta jornada, se em todos os aspectos colocarmos em prática os preciosos ensinos do Senhor Jesus. Se no tocante aos recursos materiais, Jesus desafiou a igreja a exercer a fé em um Deus provedor (Mt 6: 25 – 26); sobre os recursos emocionais e espirituais, fez o mesmo, desafiando a sermos igreja que prossegue sem apego às bagagens desnecessárias.

_ Desde meninos, somos “ensinados” no âmbito da convivência humana a andar com bagagens. Com o tempo, só aumentamos as bagagens, adquirimos dores de alma, cansamos demasiadamente e ao invés de eliminar os fardos, vamos criando adaptações/rodinhas para nossas bagagens. Os sofrimentos decorrentes dessas escolhas, revelam uma jornada em contradição à Mt 11: 25 – 30.

_ Desistir das bagagens é quase sempre nossa última opção. Ocorre que Deus TEM um propósito mais excelente que o nosso. Logo, segundo os planos de Deus, desistir das bagagens desnecessárias, deveria ser nossa primeira opção.

_ Segundo o texto de Gênesis 12, Deus fez um chamado a Abraão. O texto não menciona sobre “bagagens” que Abraão (naqueles dias ainda Abrão) precisaria levar, mas ressalta a fé na promessa empenhada por Deus, como essencial para uma jornada exitosa.

_ Obviamente, Abraão levou roupas e os “bens que havia adquirido em Harã”. As bagagens indevidas mencionadas neste texto, se refere à sentimentos, emoções, opressões, cansaços, ressentimentos, amarguras e outras raposinhas, que estavam incluídas no alvo de Jesus ao ensinar sobre o jugo da alma. De modo que, raciocinando junto com Cristo, concluiremos que o jugo está relacionado ao TER; porém, uma jornada de fé, está relacionada ao SER.

_ As bagagens indevidas são jugos que pesam como pedras sobre suas costas; geram prisões na alma e sofrimentos que Deus não reservou para os seus filhos. Esses sofrimentos estão organizados em: * baús de ressentimento; * sacos de desgosto e amargura; * bolsas de aflição e solidão; * pacotes de fadiga; * mochilas de dúvidas e medos; * maletas de culpas; * pochetes de doenças, fraquezas e incredulidades.

_ Boa parte destas bagagens são velhas conhecidas na jornada; seguem junto com o nome de costumes, vícios, inclinações, hábitos e até preferências do chamado “velho homem”. E é assim, que ao longo do tempo, após ouvir o Espírito Santo que vamos identificando porque estamos tão esgotados; estávamos carregando o que já foi carregado. Afinal, segundo as palavras do bom Mestre [... meu fardo é leve e meu jugo é suave...]; Mt 11: 30.

_ O fato do ser humano ser teimoso e apegado ao TER, o impede muitas vezes de entregar suas bagagens a Cristo, gerando prejuízos no seu SER; prejuízos estes, os quais somos nós os próprios responsáveis, já que utilizamos de forma errada o livre arbítrio a nós concedido,

_ A igreja de Cristo, recebeu da parte de Deus, desafio de fé similar ao de Abraão. O propósito de Abraão era em Canaã; Deus o chamou para um destino certo, onde a fé e a obediência seriam ingredientes indispensáveis para usufruir da promessa. O propósito da igreja está no Céu, na Jerusalém Celestial e também para nós, assim como foi para Abraão, a fé e a obediência, são requisitos que marcam o êxito de todos aqueles que têm escolhido SER ao invés de TER.

_ Por menosprezar a simplicidade das orientações Divinas declaradas por Jesus em Mt 11: 25, e exagerar nas bagagens indevidas, acarretamos para nós mesmos sofrimentos e atrasos na jornada de peregrinos, que não estavam na lista das vontades de Deus para o ser humano.

_ Antes de alcançar a promessa, Abraão algumas vezes mudou de rota (Egito) e obedeceu parcialmente. Se ele esperou muito para receber a promessa, não foi porque Deus se atrasou, mas porque Abraão custou a entender. Assim como nós, Abraão amava a Deus, era amigo de Deus, mas tinha apegos desnecessários.

_ Muitas vezes, o que mais precisamos não é que Deus fale/profetize mais uma vez, nos alivie mais uma vez e nos sare mais uma vez. A obra já foi Consumada por intermédio de Cristo (Jo 19: 30). Precisamos crer por completo e desapegar de toda sorte de bagagem, cegueira e imaturidade espiritual que nos impedem de discernir e viver as promessas feitas a Abraão e reiteradas pela boca de Cristo a sua igreja (Mt 11: 27).

_ Na chamada de Deus a Abraão, assim como para igreja, está evidente que ao longo do caminho será necessário fazer RENÚNCIAS; abrir mão de bagagens e pôr em prática o desapego. A cada renúncia, iremos nos desvinculando dos valores e decretos do sistema terreno (onde TER = é vitorioso) e passamos a dar passos mais largos na fé, em conformidade com os padrões do Céu (onde SER = é vitorioso).

_ Segundo o autor de Hebreus 11: 8, “Abraão pela fé, obedeceu, e saiu sem saber para onde ia”; ele entrou na dependência Divina. Ele saiu sem saber para onde ia, mas, sabia com quem ia. Renunciando seus ideais, deixando as bagagens indevidas Abraão foi compreendendo que Deus estava a falar: _ “Eu sei que não tens muita força, mas Eu sei aonde vais chegar com a minha Presença”.

_ E a nós igreja? A igreja que segue como peregrina na Terra, em tempos árduos de apostasia e intensas provações?

_ Semelhante ao que disse a Abraão, o Sr está diariamente a nos dizer: [ * ...sei que tens pouca força, então renunciem as bagagens indevidas, guardem a minha Palavra. Eis que venho sem demora para conduzir –te ao lugar da promessa maior, da cidadania celestial; Ap 3: 9 – 11].

E você? O que pode responder ao Sr Jesus após esse desafio e sua gloriosa promessa? Seu alvo hoje está como? Já tem glorificado a Deus por sua multiforme Graça que te adotou e tem mantido seus pés nesta tão preciosa promessa?


* Paráfrase da autora.

Presbª: Franciane Paula G. Pereira.

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