Saciedade

A necessidade alimentar dos pobres na Galileia do primeiro século e a intenção desses de procurar Jesus, para que a própria escassez houvesse suprida, foram empregadas pelo Senhor como expediente para auxiliar o ensino sobre o que compete buscar realmente conforme registrado pelo apóstolo João:

Quando, pois, viu a multidão que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, tomaram os barcos e partiram para Cafarnaum à sua procura. E, tendo-o encontrado no outro lado do mar, lhe perguntaram: Mestre, quando chegaste aqui? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. (BÍBLIA, João, 6, 24-26).

Cristo falava com a multidão que fora agraciada a partir da multiplicação dos cinco pães e dos dois peixes no dia anterior com o fim de lhes ensinar que diligenciar para alcançar a vida eterna é mais significativo do que procurar pela comida que se esvai (BÍBLIA, João, 6, 27).

O Mestre continuou no dizer que o trabalho a ser desenvolvido pelo homem para a salvação é, tão, somente, crer naquele que pelo Pai foi enviado. Com base nisso, Jesus se apresentou como o pão da vida, em que “o que vem a mim jamais terá fome” (BÍBLIA, João, 6, 29, 35).

O ensino prosseguiu, porém, a reação do povo não foi a das melhores quando Jesus disse que desceu do céu para fazer a vontade do Pai (BÍBLIA, João, 6, 41). Obviamente, Cristo sabia da incredulidade dos que o procuravam, Ele não fora iludido por aqueles que pretendiam alcançar favores para esta vida apenas (BÍBLIA, João, 6, 36).

Frisa-se que indiferença diante das necessidades humanas inexistia no Senhor, contrário a isso vê-se que Jesus estava atento às adversidades percebidas pelos necessitados – tanto que supriu muitos com cura e libertação, assim como desviou a carência alimentar dos quase cinco mil homens que ouviam seus ensinos (BÍBLIA, João, 6, 10-13). O intento do Mestre com aquela exposição era evidenciar que perigoso realmente é a fome espiritual do homem a viver longe de Deus, a qual é sanada apenas através da fé em Cristo como o unigênito Filho de Deus, enviado para redimir o mundo.

Outra considerável verdade exposta no discurso de Jesus é que aqueles a se achegarem a Ele são os que o Pai envia: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” (BÍBLIA, João, 6, 37). Em outro verso, Jesus reafirmou o anterior postulado: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” (BÍBLIA, João, 6, 44).

Com base no exposto, observa-se que Deus sonda toda a humanidade e conduz os que escolheu em direção à salvação em Cristo. Por isso, regozije-se, crente, visto que você integra a multidão dos que são trazidos aos pés de Jesus pelo agir do Espírito Santo de Deus e porquanto se apossou de uma das mais singulares promessas, ministrada para aqueles que se entregam ao governo do Altíssimo: a saciedade espiritual ofertada pelo pão da vida.

Prof. Leonardo Rabelo Paiva

Escola de Formação Cristã - EFC/CEFA